Janeiro de 2019 apresentou uma redução histórica de homicídios no Ceará. O mês foi o menos violento neste quesito, em sete anos, e apresentou queda de 61,6% no índice, em comparação com igual período do ano anterior, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública.

Os registros diários de crimes violentos letais, dispostos no site da secretaria, somam 177 mortes violentas, entre 1º e 29 de janeiro deste ano. Com os assassinatos registrados nos relatórios diários da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) até o dia 31, o número chega a 185. Os dados ainda não foram consolidados pela SSPDS e algumas ocorrências ainda podem ser incluídas.

Ainda assim, o número de janeiro de 2019 está longe do balanço de janeiro dos outros anos. O mês com menos mortes até este ano tinha sido janeiro de 2016, com 323 mortes violentas. O primeiro mês de 2018 foi o mais violento, com 482 crimes.

Trégua entre facções
Estudiosos e policiais afirmaram que durante o mês de janeiro houve redução histórica de homicídios devido à série de ataques criminosos. As facções estiveram mais empenhadas em atacar o Estado do que se digladiarem. Por conta dos atentados, o policiamento no estado foi reforçado com a Força Nacional, policiais militares de outros estados e PMs da Reserva Remunerada do Ceará.

Chefes de facções rivais fizeram uma trégua para concentrar os ataques a prédios públicos e veículos do estado. O objetivo é fazer com que o estado recue de medidas que torna mais rigorosa a fiscalização nos presídios.

“Hoje, o inimigo das facções é o governo. E é o inimigo porque está agindo forte. Diferente de outros momentos, em que há confrontos entre esses grupos criminosos por territórios para o tráfico de drogas. Tem mais policiais nas ruas. Hoje, todos os profissionais da Segurança Pública estão mais atentos. Quando você fiscaliza uma possibilidade de um atentado, você evita outras situações”, analisa o coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da UFC, César Barreira.

“Isto comprova que quase 90% dos homicídios são ligados às facções criminosas, na disputa por território. Na hora em que as facções reataram a ‘paz’, de forma volátil, para combater o estado, os homicídios caem”, afirma o coordenador do Fórum de Segurança Pública da OAB, Laécio Noronha Xavier.

“O segundo aspecto é que a cidade recebeu uma comitiva de policiais muito grande e há uma operação integrada das Forças de Segurança jamais vista no Ceará”, diz o advogado.

Fonte: G1 CE

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