Obras da transposição do rio São Francisco no Ceará estão paradas há um mês

Previstas para serem finalizadas em maio deste ano, as obras do Projeto de Integração do São Francisco (Pisf) estão paradas há um mês devido à greve dos funcionários do consórcio Ferreira Guedes – Toniolo Busnello, empresa responsável pela Meta 1N da transposição. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial através o piso salarial estadual e abono total das faltas durante o período grevista.

Com a paralisação a conclusão da obra deve atrasar mais uma vez. O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, havia garantido em fevereiro a conclusão do Eixo Norte, que vai trazer as águas do São Francisco para o Ceará pelo município de Jati, na região do Cariri. Caso o prazo não seja cumprido, esta será a sexta vez que a previsão de entrega da tranposição é adiada.

Nesta terça-feira (16), houve uma assembleia, mas sem acordo. A empresa propôs reajuste retroativo a partir do mês de janeiro e abono de 50% das faltas, mas os funcionários não aceitaram a proposta. Está prevista outra assembleia para a próxima segunda-feira (22). Cerca de dois mil operários trabalham no Consórcio. Metade dos funcionários estão indo ao canteiro de obras, mas a grande maioria vai somente bater ponto, sem executarem nenhuma atividade.

Pagamentos atrasados
Além do impasse com os funcionários, o Consórcio Ferreira Guedes está sendo cobrado por empresários e representantes de empresas terceirizadas que prestam serviço ao grupo. Alguns deles cobram dívidas de até R$ 4 milhões e, por isso, estão bloqueando a entrada do canteiro de obras em Penaforte, também na região do Cariri, deste 12h30 desta quarta-feira (21). Representantes do Consórcio prometeram conversar com empresários e representantes que estão bloqueando a via.

O empresário Josivan Cândido, que faz manutenção mecânica e solda das máquinas das empresas, está sem receber R$ 20 mil dos próprios fornecedores que também cobram o consórcio. “Até o final do ano passado estava recebendo, embora com dificuldade. Agora, desde o começo do ano não recebo”. Por causa disso, oito funcionários dele estão com salário atrasado.

Já o empresário José Elton Pereira, que fornece dois caminhões pipa, não recebe pagamento há sete meses. Ele cobra uma dívida de R$ 100 mil. Por causa disso, a mensalidade da escola do filho dele está atrasada quatro meses. “Minha vida é esse caminhão”, desabafa. As empresas que bloquearam o canteiro de obras prestam serviços como caminhão pipa, terraplenagem, gerador de energia, entre outros. Este é terceiro Consórcio, em menos de três anos, trabalhando na Meta 1N.

Fonte: G1 CE

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