A bomba não detonada encontrada por um mergulhador no mar de Fortaleza tem um alto potencial explosivo. O alcance aproximado, a partir do lançamento, é de um alvo até 11 quilômetros, podendo atingir um raio de 30 metros. Seria suficiente para abater um avião ou romper a blindagem de um tanque de guerra, mas especialistas apontam que o mais provável seria o uso por canhões em terra para proteger a costa de navios inimigos.

O artefato, apontado como do período da Segunda Guerra Mundial, foi encontrado na tarde do último domingo no mar a quatro quilômetros da Praia de Iracema. O G1 divulgou o achado da bomba pelo mergulhador Oscar Moreira e acompanhou a entrega do artefato, na última quarta-feira (3), à Capitania dos Portos, em Fortaleza.

O arqueólogo pernambucano Carlos Rios, oficial de reserva da Marinha do Brasil, viu imagens do material e, embora esclarecendo não ter como afirmar categoricamente qual munição seja, assim como outros oficiais da Marinha, ressaltou o risco de explosão da bomba após a retirada do mar.

Mergulhador encontra bomba no mar de Fortaleza
“Ela pode ter passado muito tempo na água, sob uma pressão diferente da superfície. A água salgada pode ter entrado e corroído internamente, o que pode aumentar ainda mais a instabilidade da granada”, afirma Carlos, que também é mergulhador e especialista em biologia marinha. “Até mesmo uma vibração externa pode ser capaz de detonar, então é necessário todo um cuidado, que um especialista em explosivos do Exército certamente terá com esse material”.

Carlos aponta para a possibilidade de ser um tipo específico de granada, usada pelas Forças Armadas, inclusive, em exercícios de Guerra.

“Me parece que é uma granada de 105 milímetros. Observando pela fotografia, vejo que na ponta existe uma espoleta que vai acionar um detonador, que por sua vez vai incendiar a carga explosiva, fragmentar em vários pedaços”. Carlos não acredita que a bomba tivesse como finalidade primeira o espaço aéreo, por não ser uma munição mais apropriada para abater aviões, por exemplo, mas direcionada a navios inimigos ou submarinos na superfície da água. Essa munição, portanto, no contexto da Segunda Guerra Mundial, deveria ser usada para proteger o espaço aéreo e a costa cearense.

“Se for peça única, não acho muito provável que tenha caído de uma embarcação, geralmente algo feito para aliviar o peso. Então pode ser de exercício de guerra ou mesmo numa ação que, com a gente diz na Marinha, é ampliar poder sobre o mar”. Esse material aqui no Brasil seria normalmente de origem americana, em termos de período da segunda guerra mundial, os países que estavam no nosso eixo, Brasil,como Estados Unidos e Canadá. Mas também foi utilizado por Coréia, Vietnã, Iraque, Japão e Alemanha.

Fonte: G1 CE

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