Homem ‘mais ignorante do mundo’, seu Lunga ganhará estátua

Joaquim dos Santos Rodrigues, o “seu Lunga”, nome icônico do Cariri cearense, ganhará uma estátua na Praça do Socorro, no Centro de Juazeiro do Norte — distante 493,3 km de Fortaleza. O cearense ficou conhecido nacionalmente em cordéis e em piadas de grandes humoristas pelas respostas “curtas e grossas” para questionamentos óbvios de vizinhos e turista, tendo a alcunha de “o homem mais ignorante do mundo”. Joaquim dos Santos morreu aos 87 anos de um câncer de esôfago, em Barbalha.

O secretário de Turismo e Romaria de Juazeiro Norte, Junior Feitosa, revelou ao G1 que o monumento será feito de cimento e custará R$17,9 mil. “Nós fomos procurados por um grupo de pessoas da cidade que queria essa homenagem ao seu Lunga. O projeto visa um banco com ele sentando de pernas cruzadas, nos moldes do que existe hoje no Rio de Janeiro com Carlos Drummond de Andrade.”

Os trâmites da obra estão na Procuradoria do Município para que possa ser feito o contrato com o ganhador da licitação e, em seguida, seja dada a ordem de serviço.

“Estamos nos procedimentos finais. Nós queremos até o final do ano estar com esse monumento exposto aos moradores e visitantes. Tanto se fala dessa personalidade. Centenas de pessoas vieram ao Ceará, para Juazeiro do Norte, só para ir à loja dele. Acho que é uma justa homenagem. É mais uma opção de local a ser visitado da cidade.”

Vendedor de sucata
Seu Lunga nasceu em 18 de agosto de 1927, no Sítio Gravatá, em Caririaçu. Com a forte seca, a família dele se mudou para Juazeiro do Norte. Na juventude, ele abriu um comércio na Rua São Paulo, próximo ao Mercado Central de Juazeiro do Norte, vendendo arroz, milho, feijão e outros cereais. Pouco tempo depois, comprou uma máquina para moer e incluiu o fubá nos seus produtos.

Mas foi como vendedor de sucata, nos anos 1960, que ele ficou conhecido na cidade. A loja, localizada na Rua Santa Luzia, vendia e revendia ferro velho, parafusos, eletrodomésticos, entre outras peças. Seu Lunga também consertava objetos como ventilador, portas, bicicletas, ferro de engomar. Sentado, de chapéu, passava horas na frente do estabelecimento. Por muitos anos, turistas de várias regiões do país visitaram o comércio do cearense.

(G1 CE)

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