O número de crimes violentos intencionais que resultaram em mortes caiu 53,2% no Ceará, quando comparados os meses de setembro de 2018 e setembro de 2019. Em números absolutos, passou de 391 para 183. No acumulado dos nove primeiros meses de 2019, a redução foi de 52,3%: o número caiu de 3.501 para 1.671, em todo o Estado.

As informações foram divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), na manhã desta nesta quinta-feira (10), durante a apresentação mensal dos índices criminais que envolvem homicídio doloso, feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio.

Em Fortaleza, a diminuição chegou ao 19º mês consecutivo. Em setembro, foram 44 mortes, ante 120, no mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, os dados caíram de 1.157 para 495, um índice de 57,2%.

Todas as regiões do Estado seguiram a tendência observada no acumulado da Capital. Depois de Fortaleza, o índice foi melhor no Interior Norte, onde se passou de de 699 para 324 (-53,6%) mortes; na Região Metropolitana, de 1.004 para 515 (-48,7%); e no Interior Sul, de 641 para 337 (-47,4%).

Trabalho integrado
“O Ceará é o Estado que mais reduz a criminalidade no país, e isso incomoda os criminosos. As polícias estão forçando que cada vez eles matem menos. Eles sabem que a reação vem forte. A sensação de impunidade deles vem caindo. Os ‘cabeças’ vêm sendo presos e isolados no sistema penitenciário”, considera o secretário da Segurança, André Costa.

Para o gestor, a queda pode ser atribuída a um conjunto de fatores. Segundo ele, a Polícia Militar tem estado mais presente nas comunidades que registravam maior violência, e “isso prejudica o tráfico”. Além disso, aponta que a Polícia Civil tem aumentado a resolutividade dos homicídios, e que o Judiciário cearense tem julgado mais rápido através do programa “Tempo de Justiça”.

Onda de ataques
O secretário voltou a falar sobre a onda de ataques que atingiram o Ceará no fim de setembro. Para Costa, há um “descontentamento da criminalidade” com o trabalho das forças de segurança. “A Inteligência tem papel fundamental na identificação dos cabeças e tem ido buscar onde quer que eles estejam. Eles estão desarticulados”, reforça.

No entanto, André Costa pondera que a redução “não é motivo para achar que a situação está controlada”. Por isso, defende maior articulação da segurança pública a nível nacional. “De onde partiam o comando dos ataques? De presídios, mas de fora do Ceará. O responsável é um grupo local, mas que tem ramificações”, afirma.

(G1 CE)

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