Um homem foragido da Justiça da Bahia, preso nesta terça-feira (12), em Iguatu, pretendia abrir uma clínica de estética no nome da companheira para lavar dinheiro do tráfico de drogas do grupo criminoso que chefiava. As informações são do delegado Marcos Sandro, titular da Delegacia Regional de Iguatu e responsável pelas investigações.

Robson de Jesus foi preso em casa, em uma mansão localizada no bairro Planalto. Havia contra ele quatro mandados de prisão em aberto, todos do Poder Judiciário da Bahia, onde as investigações apontam que ele é envolvido em cerca de 200 homicídios.

Na ação policial em que ele foi detido, foram apreendidos sete relógios importados, além de joias e aparelhos telefônicos de última geração. O veículo utilizado por ele e a mulher, uma Hilux cinza, foi comprada há 20 dias e o pagamento de R$ 210 mil foi feito à vista. Também foram encontrados no local 29 chips de celular além de uma punhal cravejado com pedras.

Ainda na noite desta terça-feira, “Robson Luxúria”, como era conhecido, foi transferido de Iguatu por meio de uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) para um local onde permanecerá preso até ser encaminhado para a Bahia. A Secretaria da Segurança Pública não divulgou o local da unidade prisional por questões de segurança.

Investigação 

Há cerca de dez dias a Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu recebeu informações da Polícia da Bahia quanto ao paradeiro do suspeito. Após identificação do endereço, no bairro Planalto, uma área cujas moradias são de alto padrão, investigadores “ficaram em campana por três dias esperando movimentação”, contou o delegado, Marcos Sandro Nazaré de Lira.   

No fim da tarde de ontem, uma camioneta Hilux saiu da casa e foi perseguida pelos investigadores da Polícia Civil. “O carro foi interceptado na rodovia estadual (CE 153) próximo à cidade de Quixelô”, detalhou o delegado. “A mulher do suspeito estava conduzindo o veículo e disse que achava que era uma tentativa de sequestro, por isso seguiu para a cidade vizinha”.

Ao ser abordada pelos policiais, ela teria confirmado a presença do suspeito, que usava um documento falso como o nome de Ronaldo, natural de Jucás. Em seguida, os policiais retornaram à casa e efetuaram a prisão.   

Ainda de acordo com as investigações, o suspeito morava na casa há três meses. O valor do aluguel era de R$ 4 mil. Policiais apreenderam na residência dezenas de joias, 47 relógios de alto padrão, sete aparelhos celulares, 29 chips telefônicos, um documento falso, além de um punhal cravejado com pedras. A casa onde o suspeito estava escondido era de luxo, com piscina e área de lazer.

Rotina discreta

O bairro Planalto tem casas amplas, com apenas duas ou três por quarteirões. Muradas, as casas ficam isoladas e se vê pouca movimentação nas ruas. Os vizinhos evitam falar sobre o caso, mas em condição de anonimato uma moradora disse que “não percebeu nada de estranho”. 

Uma empregada doméstica, que também pediu para não ser identificada, contou que “a casa ficava o tempo toda fechada e não se via gente saindo ou entrando”.

Na área não há costume de moradores ficarem fora de suas casas. “Para mim, foi uma surpresa grande. A gente nunca imagina que uma pessoa perigosa venha morar aqui, perto da gente”, disse um aposentado, morador próximo à casa onde o suspeito de tráfico e homicídio estava residindo.  

(Diário do Nordeste)



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